No giz do gesto, o jeito pronto do piscar dos cílios, que o convite do silêncio exibe em cada olhar...

domingo, 30 de agosto de 2009

Cativa-me!

"A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa. - Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!"
(Raposa, em O Pequeno Príncipe)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Odeio.



Odeio.


Odeio, primeiramente o meu jeito, de anular as minhas vontades em favor das pessoas, parece que não aprendo com o que a vida me ensina.

Odeio meu coração bobo, que mesmo conseguindo ver adiante, insiste em tentar. Se está claro, pra que a busca em algo que não vai me permitir absolutamente nada?

Odeio quem se faz de inocente achando que eu sou mais inocente ainda.

Odeio o silêncio quando faço uma pergunta.

Odeio quando me pedem para expressar meus sentimentos e quando eles estão expostos, onde você está mesmo?

Odeio o pedido, o concedido e a gratidão, cadê?

Odeio o jogo, quando o adversário não sabe jogar.

Odeio o interesse súbito e de repente, condição de quem busca o vazio.

Odeio a disputa, mesmo que intrínseca, não prova nada, apenas mostra quem você é de fato.

Odeio ser e estar vulnerável, as pessoas se aproveitam.

E por falar em aproveitar... Fique sabendo que não me permito tanto, apenas faço com que
acredite que não percebo o seu real interesse.

E pra você caro leitor que deve estar perguntando, o que será ou a quem será que ela tentar acertar.
Eis a resposta...

A intenção de acertar é pura, o erro faz parte do aprendizado e quanto ao sentimento lançado, que fique bem claro ODEIO odiar.


(Renata Novacosque)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Eu etiqueta!

"Em minha calça está grudado um nome,
Que não é meu de batismo ou de cartório,
Um nome... Estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida,
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro ,
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos,
Que nunca experimentei,
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido,
De alguma coisa não provada,
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda,
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio.
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente."
(Carlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

"Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre."

Clarice Lispector

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Braços e abraços

"Meus braços não são do tamanho do mundo,

mas foram feitos no tamanho exato de abraçar alguém."

Rita Apoena.

Palavras ao vento.


Por Adriana Falcão.



A primeira letra do alfabeto é também a primeira letra da palavra amor e se acha importantíssima por isso! Com A se escreve "arrependimento" que é uma inútil vontade de pedir ao tempo para voltar atrás e com A se dá o tipo de tchau mais triste que existe: "adeus"... Ah, é com A que se faz "abracadabra", palavra que se diz capaz de transformar sapo em príncipe e vice-versa...

Com B se diz "belo" - que é tudo que faz os olhos pensarem ser coração; e se dá a "bênção", um sim que pretende dar sorte.

Com C, "calendário", que é onde moram os dias e o "carnaval", esta oportunidade praticamente obrigatória de ser feliz com data marcada. "Civilizado" é quem já aprendeu a cantar ´parabéns pra você` e sabe o que é "contrato": "você isso, eu aquilo, com assinatura embaixo".

Com D , se chega à "dedução", o caminho entre o "se" e o "então"...
Com D começa "defeito", que é cada pedacinho que falta para se chegar à perfeição e se pede "desculpa", uma palavra que pretende ser beijo.

E tem o E de "efêmero", quando o eterno passa logo; de "escuridão", que é o resto da noite, se alguém recortar as estrelas; e "emoção", um tango que ainda não foi feito. E tem também "eba!", uma forma de agradecimento muito utilizada por quem ganhou um pirulito, por exemplo...

F é para "fantasia", qualquer tipo de "já pensou se fosse assim?"; "fábula", uma história que poderia ter acontecido de verdade, se a verdade fosse um pouco mais maluca; e "fé", que é toda certeza que dispensa provas.

A sétima letra do alfabeto é G, que fica irritadíssima quando a confundem com o J. G, de "grade", que serve para prender todo mundo - uns dentro, outros fora; G de "goleiro", alguém em quem se pode botar a culpa do gol; G de "gente": carne, osso, alma e sentimento, tudo isso ao mesmo tempo.

Depois vem o H de "história": quando todas as palavras do dicionário ficam à disposição de quem quiser contar qualquer coisa que tenha acontecido ou sido inventada.

O I de "idade", aquilo que você tem certeza que vai ganhar de aniversário, queira ou não queira.

J de "janela!, por onde entra tudo que é lá fora e de "jasmim", que tem a sorte de ser flor e ainda tem a graça de se chamar assim.

L de "lá", onde a gente fica pensando se está melhor ou pior do que aqui; de "lágrima", sumo que sai pelos olhos quando se espreme o coração, e de "loucura", coisa que quem não tem só pode ser completamente louco.

M de "madrugada", quando vivem os sonhos...

N de "noiva", moça que geralmente usa branco por fora e vermelho por dentro.

O de "óbvio", não precisa explicar...

P de "pecado", algo que os homens inventaram e então inventaram que foi Deus que inventou.

Q, tudo que tem um não sei quê de não sei quê.

E R, de "rebolar", o que se tem que fazer pra chegar lá.

S é de "sagrado", tudo o que combina com uma cantata de Bach; de "segredo", aquilo que você está louco pra contar; de "sexo": quando o beijo é maior que a boca.

T é de "talvez", resposta pior que ´não`, uma vez que ainda deixa, meio bamba, uma esperança... De "tanto", um muito que até ficou tonto... De "testemunha": quem por sorte ou por azar, não estava em outro lugar.

U de "ui", um ài" que ainda é arrepio; de "último", que anuncia o começo de outra coisa; e de "único": tudo que, pela facilidade de virar nenhum, pede cuidado.

Vem o V, de "vazio", um termo injusto com a palavra nada; de "volúvel", uma pessoa que ora quer o que quer, ora quer o que querem que ela queira.

E chegamos ao X, uma incógnita... X de "xingamento", que é uma palavra ou frase destinada a acabar com a alegria de alguém; e de "xô", única palavra do dicionário das aves traduzida para o português.

Z é a última letra do alfabeto, que alcançou a glória quando foi usada pelo Zorro... Z de "zaga", algo que serve para o goleiro não se sentir o único culpado; de "zebra", quando você esperava liso e veio listrado; e de "zíper", fecho que precisa de um bom motivo pra ser aberto; e de "zureta", que é como fica a cabeça da gente ao final de um dicionário inteiro.



segunda-feira, 17 de agosto de 2009

( Arte Sayô)

Se quiseres... Se voltares... Se amares...

Se somente se.
O “se” insiste em fazer parte da nossa vida e me pergunto por quê?
Talvez porque a condição humana esteja sempre sujeita a probabilidades, a possibilidades...
Mas eu me nego a acreditar que tenhamos que andar ligeiramente condicionados a dúvida, ao talvez, ao quem sabe...

No comando da vida está DEUS, mais a resposta tem e deve partir de você.
Quero o melhor e não canso em afirmar que o “Se” passa apenas de uma condição mera e insignificante para os que não se permitem voar.

Liberdade é o caminho da felicidade já diz o poeta. Simplesmente abra os braços e voe, deixe-se impressionar pela grandeza e imensidão do céu, por alguns momentos esqueça o limite, apenas permita-se, abrace o que Deus constantemente nos oferece e teimamos em não enxergar.

Renata Novacosque.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

É a treva!!!




"É previsível só o que o bom senso já nos anuncia como verdade."

(Chalita)

O que se perde enquanto os olhos piscam?



Autenticidade,
Compaixão, certeza, urgência,
Acaso e ocasião.

Seja sempre você mesma, mas não seja sempre a mesma.
Seja original, autêntica. Expresse seus sentimentos.
Compaixão? Ou "Com Paixão"?
Não tenha urgência de fazer.
Mas tenha certeza de fazer.
Não conte com o acaso, mas aproveite a ocasião.

Simpleza,
Prudência, clareza, consideração.

Seja simples, mas seja grandiosa.
Seja prudente, mas não tenha medo.
Seja clara e sincera.
Considere a ação!
E não a omissão.

Euforia,
Pendência, pudor

Quem poderia definir o que é amor?

Me fale, me dê um sinal!

Ora... Descobrir não é a coisa mais legal?

Pra onde foi nosso humor e moral?

Quero ir sorrindo, ou só rindo, ou ainda só e rindo!

Pra onde vai todo nosso desalento?
Toda brisa vem de um vendaval, pra onde vai a reza cortada por sono?

Atento, eu me calo e escuto o "silêncio" do vento.
O passado eu não retomo, mas o futuro - meu rumo - sou eu quem tomo.

Pra onde vai?
O achado, o perdido, eu não sei, veja bem, não me leve a mal!

Pois ficar esquentando com o destino da coisa é coisa de gente normal...

Pra onde vai?

De onde vem?

Todo guarda-chuva! Pra fuga pro temporal.

Ah, como era bom tomar banho de chuva...

Pronde vai?
o estímulo, o exemplo, a voz dissonante... A coragem do meu coração!

Lute! Cante! Mas, com vibração!

Pra onde vai à camiseta com aquele sinal?
Pra onde foi todo nosso carnaval?

Ó linda Olinda... E tua irmã, a Veneza brasileira, que disputam fraternalmente

a AUTENTICIDADE, a COMPAIXÃO e a CERTEZA.

A URGÊNCIA, o ACASO e a OCASIÃO.

A PRUDÊNCIA e a SIMPLEZA.

A CLAREZA e a CONSIDERAÇÃO.

A EUFORIA, a PENDÊNCIA e o PUDOR.

A MORAL e o HUMOR.

Citações:Fernando Anitelli

Adaptação:Renata Novacosque Colaboração: Marcus Vinicius.


segunda-feira, 10 de agosto de 2009

♪ Paisagem ♪


De longe na paisagem tudo é tão perfeito.
Tudo é tão normal.
De perto toda coisa linda mostra algum defeito.
E eu me sinto igual.
Eu e você descobrimos a pólvora.
A diferença nos faz tão bem.
Somos os mesmos há milhões de anos.
Amantes, errantes, humanos!
Eu guardo as lembranças em fotografias
Tudo é de papel.
Se eu já soubesse antes, eu te contaria
Sonhos de aluguel.
Eu e você já moramos no mesmo céu
Nossas estrelas combinam...
Fomos os mesmos até hoje de manhã
Seus olhos de mar me fascinam...
E agora me conta o que aconteceu
Que eu ando encostando meus sonhos nos seus...
Eu guardo as lembranças em fotografias
Tudo é de papel.
Se eu já soubesse antes, eu te contaria.
Sonhos de aluguel.
Eu e você já moramos no mesmo cé.u
Nossas estrelas combinam...
Fomos os mesmos até hoje de manhã.
Seus olhos de mar me fascinam...
E agora me conta o que aconteceu
Que eu ando encostando meus sonhos nos seus...
♪Luiza Possi ♪

Ao meu incrível PAI.



"[...] Meu pai com o seu jeito finito de ser Deus.

Revela-me Deus com seu jeito infinito de ser homem."



Pe. Fábio de Melo

Selo de ouro




Que lindo! Ganhei um selinho de ouro da amiga jú Macarena.


Regras:


1. Exiba a imagem do selo “Blog de Ouro”.


2. Poste o link do blog de quem te indicou.


3. Indique blogs de sua preferência.Renata Gabrielle.
e Joyce Regina.


4. Avise seus indicados.


5. Publique as regras.


6. Confira se os blogs indicados repassaram o selo.




Beijosss.