No giz do gesto, o jeito pronto do piscar dos cílios, que o convite do silêncio exibe em cada olhar...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O aprendizado da Vida.


Eu não sei se a vida é que vai rápida demais ou se sou eu que estou mais lenta.

O que sei é que ando me atropelando nos próprios passos.
Eu resolvi desacelerar. Eu vou no rítmo que posso.
Não é fácil. É sabedoria que requer aprendizado! Eu quero aprender.
O descompasso é a causa de todo cansaço.

O corpo é rápido, mas o coração não.

O corpo anda no compasso da agenda.

O coração anda é no compasso do amor miúdo.

O corpo sobrevive de andares largos.

O coração sobrevive de pequenos passos e de demoras.

Eu já fui e voltei a inúmeros lugares e o coração nem saiu do lugar.
O mistério é saber reconciliar as partes.

Conciliar um ritmo que seja bom para os dois.
Eu quero aprender.

Não quero o martírio antes da hora.

Quero é o direito de saborear o tempo como se fosse uma menina que perdeu a pressa.

O show? Ah, deixa pra depois.

A voz não morrerá.

Acendemos as luzes noutra hora.

Deixe que o padre viva a penumbra de algumas poucas velas...

Um padre combina mais com uma vela acesa que com um canhão de luz.
Há momentos em que a luz miúda nos revela muito mais que mil holofotes.
Chega de vida complicada. Eu preciso é de simplicidade!


Texto: Fábio de Melo. (adaptado)



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